IRINEU PINTO
( Brasil – Paraíba )
IRINEU Ferreira PINTO: Nasceu na capital do Estado da Paraíba, em 07 de abril de 1881, falecendo na mesma cidade, em 27 de março de 1918, deixando viúva D. Marcionila Figueiredo Pinto, com três filhos: Iremar, Ivone e Piragibe.; era filho de Francisco Ferreira Pinto e D. Bernardina Ferreira Pinto.
Aos oito anos de idade, ficou órfão de pai, passando aos cuidados da avó materna que morava no sítio Barreiras, atual cidade de Bayeux, onde viveu a sua infância e fez o curso primário, freqüentando, depois, o Lyceu Paraibano, pretendendo seguir a carreira jurídica, o que não foi possível. A pobreza obrigou-o a desistir do sonho e encarar a realidade, pois, devia trabalhar para ajudar no orçamento da família. Trabalhou nos Correios e Telégrafos, como amanuense, mas não se acomodou. Dedicou-se à pesquisa histórica e literária; fundou o Clube Benjamim Constant, núcleo literário do qual fazia parte a elite intelectual da Província; foi sócio fundador do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, tendo exercido os cargos de Secretário e Bibliotecário da entidade e integrou a Comissão que elaborou os estatutos da Casa; era sócio honorário do Centro de Ciências e Letras de Campinas; do Instituto Histórico da Bahia; da Sociedade de Geografia de Lisboa; da Real Academia de Arqueologia da Bélgica, do Instituto Histórico e Geográfico Alagoano, entre ouras associações congêneres.
Recebeu Medalha de Ouro da Sociedade Histórica de Paris e uma Medalha de Cobre pela exposição de Turim. Bibliografia: Datas e notas para a história da Paraíba, 1909; O cólera-morbus na Paraíba,1910; Resenha dos trabalhos científicos, 1910; A igreja do colégio, 1910; A instrução pública na Paraíba, 1910; AParaíba de Lyra Tavares, 1910; A abdicação, 1912; Notas para a história daordem 3ª de Nossa Senhora do Carmo, 1912; Resenha dos trabalhos científicos do IHGP, 1912; Sobre o XVII Congresso de Americanistas, 1912; Assuntos bibliográficos; Heroísmo de Cabedelo; Capela do Senhor do Bom Jesus; A Bahia e o V Congresso Brasileiro de Geografia; Documentos para a bibliografia de Pedro Américo. Colaborava nos jornais A União, O Norte e O Comércio, publicando trovas, sonetos e crônicas.
PINTO, Piragibe. Irineu Pinto: sua vida e sua obra. São Bernadro do Campo, SP: Garcia Edizioni, 2018. 150 p.
14 x 21 cm. ISBN 978-85-5512-317-7
Ex. Cortesia Rev. Harukan Kogen
BRASIL
Magestoso torrão, patria ditosa
De martyres, heroes, divinisada
Escutai minha patria, terra amada,
Cantar a minha lyra sonorosa.
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Singrando as aguas lá se vai garbosa,
Envolta pela luz aurorisada.
Em demanda da India a bella amada,
Levando luza guina gloriosa
Em todo bordo se ouve grito de terra!
E a voz do capitão — maruja-ferra!
Foi descoberta a Terra de Santa Cruz.
E um genio a passar, murmura gloria!
E evolou-se as paragens da victoria,
Ainda a murmurar Progresso e Luz!
João Sacotra
(pseudônimo de Irineu Pinto)
O RISO D´ELLA
Teu riso é trova celeste
Metrificada de amor;
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F. Barreto de Menezes
Tens no teu riso uma aurora
De luz, de graça e de flor,
Destas auroras sublimes
Que desaproch´em em amor.
Tens no teu riso a belleza
Destas noutes de luar.
Quando bello astro seruleo
Espelha as aguas do mar
Tens no riso a passagem
Das flores de um jardim.
Tens no teu riso minh´alma
Quando diriges a mim.
Parahyba, 30.09.1899
João Sacotra
CREANÇAS
Botões de rosa no fulgor da vida
Louras creanças, perenal de beijos,
Tempos ditosos, quadra de desejos,
Que lestos passam de ilusão despida.
Diser crença quer diser garrida
Lyra que acorda despedindo harpejos;
Sonhos fugaces, celicos desejos
De mãe piedosa, perola nitida.
Não ha no mundo, quem não ame ao vel-as
Estas traquinas candidas e bellas
Flores nascidas junto ao coração
Porque seus risos trazem-nos lembranças,
Quando outr´ora tambem fomos creanças
E era um riso p´ra nós uma ilusão.
Irineu Pinto
Barreiras, 1-11-1900
TROVAS
Quem ama sente que a vida
É feita de luz e flores
Pois não há quadra na vida
Como a quadra dos amores.
Minha amada quando fala
Eu sinto n´alma alegria
Oh! que música tão suave
Oh! que sublime magia.
Os elos que já nos prendem
Nunca mais se quebrarão
Porque são feitos de amor
Que nos liga o coração.
Escuta, querida, escuta
Estes versos de amor
São eles feitos sem arte
Não têm da forma o primor.
Os louros que for colhendo
Irei depondo aos teus pés
Guardai-os, filha, guardai-os
São da vida os teus lauréis.
Sempre que vejo o teu rosto
Penso estar no paraíso,
Ouvindo cantar anjinhos
Entre a luz do teu sorriso.
Como o sol fecunda as flores
Com a luz do seu fulgor;
Assim também teus encantos
Me dão vida a este amor.
Pois teu riso é minha vida,
Tua vida os meus encantos;
Teus olhos são meus enleios
E tuas dores, meus prantos.
Longe de ti... como sofro!...
Minh´alma é triste, sentida,
Vive, coitada, entre prantos
Na morbidez envolvida.
Só quem pode avaliar
Quanto dóe uma saudade
É quem tem n´alma ditosa
Uma sincera amizade.
Nas horas que não te vejo
Doce virgem dos meus sonhos,
Minh´alma busca tua imagem
Nos pensamentos risonhos
Teu sorriso é minha prece,
Minha luz, minha alegria;
Doce aurora de esperanças
Que minha vida inebria.
Teu riso faz em minh´alma
Nascer a luz da alegria,
É como o riso d´aurora
Aos doces clarões do dia.
Teu sorriso! é doce prece
Que minh´alma pronuncia
Um riso teu dá-me vida,
Um teu riso me estasia
Sabes, querida? O teu riso
É luz divina e formosa.
É como a aurora que surge
Entre nuvens cor de rosa!
Estas quinze quadrinhas são suficiente para mostrara a
sensibilidade poética de Irineu Pinto, como compositor
de trovas (dos 17 aos 19 anos).
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Página publicada em novembro de 2022
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